Dois dias depois da repercussão estrondosa do vídeo da turma de mídias digitais, a reitoria decide se defender de forma covarde. Uma equipe do pólo multimídia, composta por três aluno de Comunicação Social, adentra o CEDESP, onde está localizada a sala e o laboratório improvisado. Eles alegaram estar fazendo um trabalho acadêmico sobre os novos cursos do Reuni. Ingênuos, os alunos de MD permitem a entrada da equipe na sala. Eu estava lá e achei estranho o fato de estarem filmando o ar-condicionado, as cadeiras, o quadro e a sala que estava quase vazia pois era intervalo. Logo pensei em voz alta: “Isso é espionagem”. Não deu outra, minutos depois, essa mesma equipe conversa com o diretor do CEDESP e consegue a chave do laboratório para filmar tudo. Detalhe: nem os próprios alunos de Mídias digitais podem entrar lá sem a autorização de algum professor e, principalmente, do coordenador.
Eu saí da sala para tomar água e percebi o tumulto perto da copa do prédio. Eram meus colegas já indignados com a situação. A equipe estava lá sem autorização nenhuma. Discutia-se o que fazer, quando eu me direcionei até o laboratório, abri a porta e perguntei para as três pessoas que estavam lá: “O professor Olavo (coordenador) está aí?”. No instante da resposta negativa, outros alunos chegaram à porta indagando os três que ali estavam. Foi tudo filmado, temos provas.
Logo em seguida, o diretor do CEDESP, se sente acuado e liga para Olavo pedindo autorização para entrar na sala. O pedido é negado e o diretor confessa que já entraram e filmaram. O coordenador, então, não autoriza as imagens. Fato que foi ignorado, pois dias depois o canal oficial da UFPB posta um vídeo totalmente camuflado, mostrando os Machintosh, o ar-condicionado e os únicos quatro headphones amontoados para parecerem muitos. Outro detalhe: nos corredores do prédio havia várias mesas de escritório, que automaticamente foram retiradas por um caminhão para que a equipe pudesse filmar. O prédio, além de lugar improvisado de aulas, serve de depósito. Mas isso não se pode documentar, né? Além disso, nas filmagens feitas pela reitoria, aparece um menor de idade que não autorizou sua imagem. Isso dá, no mínimo, um processo.
E eles “esqueceram” de mostrar: O laboratório não tem internet, os macs não tem software nenhum, pois a reitoria não liberou os que a própria Apple teria mandado, as caixas e as 30 máquinas guardadas tendo a garantia perdida por falta de espaço no laboratório, o balde que impede a água do ar-condicionado de cair nos fios soltos no chão. Apesar disso, o diretor do Reuni e desenvolvedor do Ginga, software da TV digital, ignorando os fatos, declarou que nós temos o laboratório mais bem equipado do país.
Essa atitude da reitoria foi vergonhosa. Nós de mídias digitais só estamos lutando por nosso direito de ter um prédio para nos acomodar e também aos computadores. Prédio este que já tem sua obra atrasada em mais de um ano. Sinceramente, fatos como esse impedem o Brasil de se tornar um país de primeiro mundo. Que nós temos verbas para ter a melhor educação possível, isso eu não discordo. Mas porque o dinheiro não é bem aproveitado? Até quando nós vamos pagar impostos exorbitantes que serão inutilizados? Quem responder esse enigma trará a solução para todos os problemas da nossa pátria.
Enquanto aos alunos que se sensibilizaram com o vídeo [mal]feito pela reitoria, não digam que vocês estão em situação pior e que nós estamos reclamando de barriga cheia. Juntem-se a nós e reclamem a sua parte também. Se isso é comum em toda universidade, mostrem que não é um caso isolado. É um direito de vocês. E lembrem-se que nós formamos a nossa nação. O futuro disso tudo é nosso!
Hoje nós postamos um novo vídeo em resposta a provocação da acessoria da UFPB.
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